TRC: 2023 desafiador
Ano poderá ser mais desafiador para o transporte rodoviário de cargas (TRC) apesar das boas projeções econômicas, afirma executivo. Empresas do setor realizam planejamento e apresentam suas projeções para o próximo ano
Grandes expectativas são geradas em torno de um dos segmentos que mais se destacaram no ano de 2022: o setor rodoviário de cargas. Com o bom desempenho das exportações e do agronegócio, pesquisas projetadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, ainda este ano, o Brasil poderá alcançar um recorde histórico no transporte de cargas.
Entre o ano de 2020 e 2021, já houve um aumento de 10% em TUKs, unidade de medida que combina toneladas com quilômetros percorridos, e 16% em custo gerado. Somente no ano passado, foram movimentadas 1,9 trilhão de TUKs, gerando um custo de R$1 trilhão, e a expectativa é que o volume supere esses valores até o final deste ano.
Pensando nos bons resultados que o setor rodoviário de cargas apresenta atualmente, as transportadoras já começam a se preparar e a especular sobre as condições para o segmento no ano que vem com base nas atividades desenvolvidas até o momento.
Para José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas de Campinas e Região (SINDICAMP), 2022 foi um ano de muito trabalho. “Melhoramos nossa eficiência e nossos resultados nas operações da Anacirema em comparação com 2021. O cenário econômico também ajudou, mesmo sendo um ano eleitoral, com a polaridade política, mas para o ano que se inicia esperamos continuar nosso processo de crescimento e de melhoria contínua”, diz.
Apesar do transporte de cargas ainda necessitar lidar com alguns obstáculos, como a variante no preço dos combustíveis, a precariedade das estradas e o valor do frete, as demandas deste segmento ainda permanecem economicamente satisfatórias para o país. A perspectiva é de que essa alta permaneça no próximo ano de acordo com as estimativas do mercado.
Tendo em vista o cenário atual, em um panorama geral para o transporte rodoviário de cargas para as transportadoras e também para os sindicatos do setor, José Alberto afirma: “Nosso segmento reflete diretamente o desempenho da economia. Se a produção e o consumo aumentarem, crescemos, e o mesmo vale para os sindicatos, que são a base das entidades de classe: quanto maior a participação dos associados, mais vigor eles têm”.
“Acredito que 2023 será um ano desafiador, porém vemos que as empresas estão mais preparadas para as divergências, como foi a crise da covid-19, quando tivemos que nos adequar e repensar operações e o negócio. No entanto, sempre haverá demanda para o transporte no modal rodoviário”, completa o executivo.
Com isso, os planejamentos para 2023 das empresas no âmbito do transporte de cargas estão focados nos aperfeiçoamentos do que funcionou no ano presente e no que poderá ser aplicado. Desta forma, o diretor da Anacirema Transportes reforça: “Na Anacirema estaremos focados principalmente nos pilares do ESG (ambiental, social e governamental), não por modismo, mas por acreditarmos que esse é o caminho para conseguir bons resultados neste segmento”.
Não só as empresas vêm se preparando para as questões com as quais o setor precisará lidar no ano que vem, mas os sindicatos também fazem parte da importante somatória para o setor rodoviário de cargas. Por isso, José Alberto, como presidente do SINDICAMP, também expõe a sua visão sobre as atividades dessas entidades em 2023: “No trabalho sindical, teremos vários desafios no ano que vem, como manter a desoneração da folha de pagamento, conseguir aprovar o fim da Dispensa do Direito de Regresso, manter a política atual de reajuste de combustível e continuar fomentando as empresas com informações e com inovações do setor”, finaliza.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br