6 de outubro de 2024

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ESG na logística

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Agenda diminui acidentes nas estradas, emissão de poluentes e até custos no transporte. Monitoramento tem gerado economia de 60% em redução de colisões e redução de 80% nas distrações no trânsito

Quando saímos de casa e esquecemos a luz acesa, gastamos mais energia do que o necessário, correto? A mesma lógica ocorre quando deixamos o carro parado com o motor ligado enquanto fazemos uma entrega ou conversamos com alguém do lado de fora. A ociosidade de um motor, inclusive, além de elevar o consumo de combustível, representa maior emissão de CO2 e, naturalmente, impacta o meio ambiente, aumentando o aquecimento global e o efeito estufa.

Agora, imagine concentrar todas as informações do veículo em um software que, além de apresentar os custos operacionais recorrentes da usabilidade e logística, permite fazer a gestão ambiental e calcular o impacto causado ao meio ambiente, ademais, oferecer soluções para mitigar os problemas. Sim, isso é possível e já vem sendo implantado desde 2018 pela Infleet, empresa baiana de softwares de gestão de frota corporativa.

A logtech nasceu com o DNA do ESG – Meio Ambiente, Social e Governança, em uma época em que muito se falava sobre o tema e pouco se colocava em prática. Um retrato diferente dos dias atuais, em que as práticas de ESG se tornam paulatinamente a bússola de diversas empresas no Brasil e no mundo.

Além de gerenciar dados operacionais de veículos, como cumprimento da jornada, modo de condução dos veículos, custos de manutenção e autonomia veicular, a plataforma também lança mão das práticas ambientais, sociais e de governança para reduzir custos, aumentar a reputação, garantir investimentos e competitividade e, portanto, atrair stakeholders.

“Do ponto de vista econômico, a plataforma reduz custos operacionais, como multas, manutenção e combustível. Tem veículos que chegam a reduzir até 20% a emissão de gases poluentes e isso reflete diretamente no aspecto ambiental. No aspecto social, a tecnologia previne acidentes por meio do modo de condução do motorista, verificando fadiga, sonolência ou distrações que comprometem a vida”, destaca Victor Cavalcanti, CEO da Infleet.

A chave para alcançar os resultados práticos e mensuráveis das ações de ESG é o uso de tecnologias de ponta acoplados ao sistema. Uma delas é a videotelemetria, sistema de segurança que utiliza a inteligência artificial (IA) para fazer a gestão dos condutores em tempo real.

O objetivo é identificar se ele está dirigindo de maneira segura ou se comete algum tipo de imprudência, como ausência de cinto de segurança e uso de celular. O resultado desse monitoramento tem gerado uma economia de 40% em custos de infrações de trânsito para empresas e reduzido em 60% as colisões e 80% as distrações no trânsito, a exemplo do uso de celular. “É um efeito dominó na cadeia de valor do ESG e que deságua em uma vantagem competitiva”, sublinha Victor.

Outro benefício da plataforma é que é possível identificar a qualificação dos motoristas. “Com as métricas e indicadores, os clientes conseguem verificar quem está atrás do volante, quais os melhores motoristas e aqueles que precisam ser treinados para determinada função. Esse cuidado é necessário para prevenir situações indesejadas e garantir o desempenho final e os resultados nos negócios”, frisa Cavalcanti.

Expectativas

A Infleet vem conquistando um número robusto em receita. Ano passado, a empresa cresceu 200% em relação a 2021. Este ano, a meta é de 150%, um pouco aquém do que o ano anterior, porém, com foco maior no seu posicionamento enquanto agente social, de maneira ética e com maior interesse na reputação dos parceiros.

Hoje, a logtech tem apoio de investidores relevantes, como a DOMO Invest e a Bossanova. Em breve, ela receberá um novo aporte. A empresa atende clientes que têm de três a 3 mil veículos na base. No destaque do portfólio estão o Grupo SBF (Centauro), Buser, distribuidoras Coca-Cola, Heineken e Nestlé, além de médias e pequenas empresas. Um dos objetivos da Infleet este ano é manter parcerias com organizações que estão, de fato, empenhadas no tripé da sustentabilidade.

“A gente às vezes acha que ESG é apenas uma sigla bonita e com discurso bonito de pano de fundo. Mas, na prática, é uma ferramenta poderosa. Tem causado um efeito revolucionário, reduzindo acidentes, poluentes e custos das empresas. E ainda vai surpreender muito nos próximos anos”, encerra o CEO.

Bruno Castilho

bruno@cargasetransportes.com.br

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