Logística com eficiência

O impacto do agendamento de carga e descarga na eficiência logística. Ao programar previamente os horários, as empresas conseguem distribuir melhor as janelas de atendimento, evitando congestionamentos e melhorando a produtividade
A logística brasileira enfrenta desafios estruturais que comprometem sua eficiência e competitividade. Segundo o Plano Nacional de Logística 2025, o transporte rodoviário é responsável por 65% da movimentação de cargas no país, tornando-se um elo fundamental da cadeia de suprimentos. No entanto, a falta de planejamento adequado no fluxo de veículos nos centros logísticos gera atrasos, aumenta custos e compromete a produtividade.
Hoje o Brasil ocupa a 56ª posição no Logistics Performance Index (LPI) do Banco Mundial, refletindo gargalos operacionais que afetam diretamente a movimentação de mercadorias. Um dos principais problemas está na desorganização dos processos de carga e descarga, que resulta em filas de veículos de carga, tempo ocioso de equipamentos e mão de obra, além do desperdício de espaço nos pátios logísticos. Enquanto a infraestrutura do setor ainda evolui, soluções tecnológicas já oferecem respostas eficazes para mitigar esses desafios.
A gestão eficiente do fluxo de veículos dentro das operações logísticas é essencial para evitar atrasos e aumentar a previsibilidade das operações. O uso de sistemas avançados de agendamento de carga e descarga permite um controle mais preciso da chegada e saída de caminhões, organizando a ocupação dos pátios e reduzindo a necessidade de filas e longas esperas.
Ao programar previamente os horários de carregamento e descarregamento, as empresas conseguem distribuir melhor as janelas de atendimento, evitando congestionamentos e melhorando a produtividade. Isso também impacta diretamente a segurança no pátio logístico, diminuindo riscos de acidentes causados pelo excesso de veículos e movimentações desordenadas.
Um agendamento bem estruturado melhora a comunicação entre transportadoras, fornecedores e centros de distribuição, garantindo que as operações sejam mais coordenadas e eficientes. A redução do tempo de espera não apenas otimiza a jornada dos motoristas, mas também evita custos extras com estadias prolongadas e multas por atrasos na entrega.
Para a transformação digital, as empresas têm à disposição ferramentas como o Yard Management System (YMS), que automatizam o controle de pátios e integrados a outros sistemas, como ERPs e TMSs, garantindo um fluxo contínuo e organizado das operações. Essa tecnologia possibilita o monitoramento em tempo real da movimentação de veículos, reduzindo gargalos e melhorando a eficiência do pátio.
A integração do agendamento com tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) permite que empresas tomem decisões baseadas em dados, prevendo picos de movimentação e ajustando suas operações de forma proativa. Isso representa uma grande vantagem competitiva, especialmente em um mercado onde atrasos e ineficiências geram impactos financeiros significativos.
Considerando os desafios atuais da logística brasileira e a necessidade de otimizar o fluxo de carga e descarga, fica evidente que a implementação de sistemas de agendamento digital e tecnologias como o YMS, IoT e IA não são apenas diferenciais, mas sim requisitos essenciais para a competitividade.
Empresas que investem nessas soluções não apenas reduzem custos e aumentam a eficiência, mas também melhoram a comunicação, a segurança e a sustentabilidade de suas operações. A transformação digital da intralogística é, portanto, um passo crucial para garantir que o setor logístico brasileiro acompanhe a evolução do mercado e atenda às demandas com agilidade e precisão.
Artigo de Eros Viggiano, CEO e fundador da LogPyx e especialista em ciência da computação e engenharia de software