Organização fiscal
Organização fiscal brasileira é a solução para investimentos no transporte de cargas. De acordo com empresário do setor, a resolução de questões fiscais e tributárias podem auxiliar no desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC)
O governo brasileiro vem enfrentando diversas dificuldades para encontrar soluções em suas responsabilidades fiscais. Recentemente, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou números indicando que o Brasil investe cerca de 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura de transportes. Ainda conforme a instituição, o investimento necessário para suprir o déficit no setor seria de 1,96% do PIB ao ano.
Esse cenário também é apontado por agentes do segmento como desorganizado. Como justificativa, argumenta-se que faltam novos investidores, que vêm diminuindo a cada ano, prejudicando o desenvolvimento do transporte.
Na visão de Marcel Zorzin, diretor operacional da Zorzin Logística e diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC (Setrans), a falta de injeção financeira na infraestrutura brasileira influencia diretamente na evolução dos negócios.
“Essas incertezas fiscais e tributárias do Brasil afastam as empresas que querem investir no país, principalmente em transporte. Tanto o capital jurídico, quanto o fiscal, no momento, dificultam o trabalho de muitas pessoas. Sem dúvidas, isso nos prejudica muito”.
Os desafios apontados são reflexos de decisões governamentais que, no entendimento dos executivos, não vêm colaborando com o crescimento do transporte. A indagação dos empresários é sobre a criação de estratégias para resoluções mais rápidas.
“Precisamos resolver a reforma tributária para que os processos sejam mais simples. O transporte de cargas também vem sofrendo com muitas novas legislações, como o Documento Eletrônico do Transporte, entre outros. Então, eu acho que as dificuldades são essas, em vez de simplificar, atualmente, estão prejudicando”, pondera o diretor da Zorzin Logística.
Em contraponto, em busca de soluções, as empresas têm o apoio das entidades e sindicatos do setor, que vêm auxiliando os associados a administrarem as dificuldades da melhor maneira, é o caso do Setrans.
Atualmente, o sindicato proporciona diversas iniciativas com cunho político e jurídico, além de disponibilizar canais de comunicação para que todos tenham acesso às informações necessárias e, também, prepará-los para possíveis mudanças que impactem o transporte de cargas.
Marcel comenta alguns movimentos existentes internamente na entidade: “A colaboração que temos feito é deixar sempre o associado ciente de tudo que está acontecendo em volta dele e o instruir a cumprir as normas. Além disso, temos realizado cursos, palestras e podcasts, visando ajudar o transportador a entender o que está acontecendo e qual a maneira correta de agir”.
A recente retomada da reoneração da folha de pagamento colabora com as baixas perspectivas das organizações, incluindo a falta de novos investimentos internos, devido às incertezas econômicas apresentadas pelo país.
Ele entende que o ano vem se apresentando muito volátil em questões de números e, com isso, não há entendimento de boas projeções para os próximos meses.
“Estamos revendo todas nossas questões jurídicas, inclusive as tributárias, realizando aquisições de outra forma. Temos uma assessoria tributária que vem nos auxiliando na questão do recolhimento dos impostos para não haver pagamentos a mais. Então, entendemos que o momento não é o ideal para novos investimentos, enquanto não tivermos uma visualização melhor da economia”, finaliza o empresário.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br