Anfir e o arcabouço fiscal
Indústria de implementos rodoviários aguarda entrada em vigor de arcabouço fiscal. Mudanças em curso a partir da efetivação da medida proposta pelo governo poderão representar alterações no mercado
A indústria de implementos rodoviários aguarda a entrada em vigor do arcabouço fiscal, medida proposta pelo governo federal para controle do endividamento público focado no equilíbrio entre arrecadação e despesas.
“O momento é de reflexão para acompanhar como a economia brasileira vai se comportar após a medida ser implementada efetivamente”, explica José Carlos Spricigo, presidente da Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários.
“Em tese o arcabouço fiscal pode trazer reflexos positivos para a economia como controle de inflação e queda na taxa de juros, mas ainda não há como fazer qualquer projeção”, diz Spricigo.
Fora do padrão histórico
A relação de vendas de implementos do segmento pesado e caminhões está em 1,7 implemento para cada caminhão vendido. De janeiro a maio desse ano foram emplacados 34.776 reboques e semirreboques.
“O mercado está desequilibrado acredito em face ainda das mudanças que estamos vivendo na política econômica e reflexo da chegada do Proconve 8”, explica o presidente da Anfir que completa: “historicamente a relação tem sido de 1,3 implemento para cada caminhão comercializado”.
No segmento de carroceria sobre chassis a relação está mais ajustada com o padrão histórico. De janeiro a maio de 2023 o mercado absorveu 26.319 unidades. Isso estabelece uma relação de 1,1 entre os segmentos de produtos.
PIB positivo
A perspectiva de PIB positivo em 2023 é outro fator que está sendo visto com cautela pelo setor. O balanço divulgado pelo IBGE relativo ao primeiro trimestre aponta crescimento de 1,9%. A estimativa para o ano, divulgada pela FIESP, aponta para crescimento de 2,6%, o que estimula os investimentos e a manutenção de recuperação do setor de implementos rodoviários e caminhões.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br