Carga e descarga no transporte
Os cinco erros mais comuns de carga e descarga no transporte. Embora pareça fácil, o processo exige planejamento e muito cuidado para que tudo saia como o previsto
Embora pareça fácil, o processo de carga e descarga exige planejamento e muito cuidado para que tudo saia como o previsto. Entretanto, nem sempre isso acontece, pois, muitas falhas danificam as cargas e afetam negativamente a qualidade da entrega.
Algumas avarias mais comuns são: carga quebrada, arranhada, marcada, desgastada, com alterações e até inchada (em caso de umidade). Para prevenir esses problemas, é fundamental o uso de embalagens que garantam a segurança da carga e, principalmente, adotar equipamentos que reduzam os riscos de avarias.
A Lei 13.103/15, conhecida como a Lei do Motorista, regulamenta todo esse procedimento de carga e descarga. Alguns dos principais pontos que ela estabelece e que é importante ficar de olho são:
1. Prazo máximo para carga e descarga – Cinco horas é o prazo máximo para carga e descarga de um veículo. Esse tempo passa a contar assim que o automóvel chega ao endereço de destino. Caso isso não seja cumprido, é cobrado R$ 1,38 por tonelada/hora ou fração do tempo permitido.
2. Indenização do tempo de espera – Segundo a lei, essa indenização deve seguir a proporção de 30% do salário.
3. Repouso entre as jornadas – Entre as jornadas de trabalho é exigido um repouso de 11 horas, que pode ser fracionado em 8 horas seguidas e as 3 horas restantes podem ser usufruídas durante as próximas 16 horas.
4. Limites da jornada de trabalho – No que diz respeito à jornada de trabalho, ela pode ser estendida por até 4 horas extraordinárias, mas é preciso ter previsão em convenção ou acordo coletivo para que isso ocorra.
5. Exames toxicológicos – É exigido a realização de exames toxicológicos tanto na admissão quanto na demissão.
Agora que você já está por dentro do que a Lei do Motorista diz sobre a carga e descarga, confira as dicas do Denny Mews, CEO da CargOn, logtech que atua como operador logístico digital, e especialista em transporte de cargas, sobre os erros mais comuns neste processo.
A tecnologia oferecida pela startup pode contribuir com todos esses cuidados, gerando informação de forma proativa em tempo parado, jornada dos motoristas, tracking da carga para evitar passivos para o contratante. Confira:
1. Tempo de espera – Um veículo parado significa aumento de gastos logísticos e geralmente está ligado ao tempo de espera para carga e descarga. Mudanças na rota e pagamento de horas extras são algumas consequências de um caminhão parado por um longo período. Há também as alterações nos prazos de entrega como consequência, afetando diretamente a satisfação do cliente final, além da reputação da empresa. “A Lei do Motorista estipula uma multa que pode ser de até 5% do valor da carga a partir da quinta hora de atraso. Toda essa dor de cabeça pode ser evitada com um bom planejamento e roteirização do transporte”, explica Denny.
2. Parar em lugar inapropriado – Esse erro muito comum pode trazer altos prejuízos, como o roubo da carga ao parar em local inadequado e multas que o motorista e a empresa podem receber. Os caminhões precisam respeitar os locais apropriados para estacionarem.
3. Veículo que não é apropriado para a carga – Cada tipo de veículo tem seus limites máximo de peso e características que precisam ser respeitados no processo de carga e descarga. “De nada adianta tentar fazer a carga de um armário gigante em um carro pequeno, por exemplo”, pontua o executivo. Exceder esse limite causa riscos diretos à vida do motorista e é facilmente identificado quando ocorre, podendo gerar multas. Outro ponto para ficar de olho é no processo de descarga. Se um item é muito pesado, é preciso que se use uma rampa hidráulica para sua remoção ser feita com segurança.
4. Falta de manutenção no veículo – Os processos de carga e descarga acabam desgastando o veículo. O movimento de colocar e retirar itens podem levar a arranhões, amassados ou batidas. Por isso é muito importante que seja feita uma manutenção do veículo de tempos em tempos. “Não cuidar e revisar a frota com frequência é um erro mais grave do que esses pequenos incidentes”, destaca Mews.
5. Equipes sem treinamento – Por mais que todos os itens citados acima sejam colocados nos eixos, nada vai fluir perfeitamente se o time não estiver bem treinado para o processo de carga e descarga, seguindo protocolos e garantindo mais segurança e menos erros.
“Um time bem preparado se constrói através do compartilhamento de conhecimento. Então, inclua em sua gestão de logística algumas reuniões para repassar a todos as diretrizes da empresa quanto aos processos de carga e descarga”, finaliza Denny.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br