Saídas para a crise
Frota própria, transportadora e/ou primarização logística? A solução pode estar no terceiro ‘quesito’, segundo Jarlon Nogueira, CEO do grupo Agrega Tech. Em poucas palavras, ela permite que a própria empresa ou uma terceira se responsabilize pelas etapas da operação logística com caminhoneiros autônomos
Era uma vez, um fazendeiro que vivia no litoral e tinha dificuldades de encontrar empregados. Ninguém queria trabalhar em um local com tempestades que acabavam com o trabalho de semanas.
Desesperado, um dia ele encontrou um homem de meia idade que topou o desafio dizendo: “Eu consigo dormir enquanto os ventos sopram”. Sem outra alternativa, o fazendeiro o empregou.
Os meses se passaram e uma noite o patrão foi acordado com as janelas batendo. A ventania anunciava uma grande tempestade. Ao chegar no alojamento dos trabalhadores, o homem foi sacudido com violência: “Levante, tudo será perdido!” O empregado apenas sorriu, virou para o outro lado e continuou a dormir.
Furioso, o fazendeiro correu para se preparar para o pior. Mas não foi necessário fazer nada: o feno estava coberto com uma lona, os animais protegidos no celeiro, as portas e janelas travadas.
Mais tranquilo, ele voltou para a cama e também conseguiu dormir quando a tempestade começou. No dia seguinte, os estragos foram mínimos.
Essa história é uma metáfora perfeita para tudo que tem acontecido desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. E é um cenário que só tende a piorar, segundo especialistas.
O preço do diesel, por exemplo, subiu 22,6% entre janeiro e maio de 2022, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível). E há o risco de desabastecimento no segundo semestre, como já acontece em outros países da América Latina.
Outra questão é a mudança nas regras que compõem o frete rodoviário de carga. Se antes ele era reajustado a cada seis meses, agora a tabela poderá ser atualizada sempre que o preço do diesel subir acima de 5%.
Como sua empresa vai reagir quando a próxima grande tempestade apontar no horizonte?
A saída pode estar na primarização logística. Em poucas palavras, ela permite que a própria empresa ou uma terceira se responsabilize pelas etapas da operação logística com caminhoneiros autônomos.
Essa prática é mais uma opção, além das transportadoras e a frota própria. E, caso um imprevisto de última hora aconteça, uma greve de funcionários ou um problema com a transportadora, sua empresa não ficará na mão, já que é possível contratar rapidamente um novo frete.
Hoje com a tecnologia, sua empresa pode contar com uma plataforma que oferece uma visão completa de cada operação, desde a oferta e a contratação do frete até a entrega da carga. Tudo em tempo real e com painéis intuitivos. Já os caminhoneiros contam com um aplicativo onde são disponibilizadas as ofertas de carga e o histórico de viagens, entre outras funções.
Ela cuida de toda a gestão das cargas e da frota. E o melhor: com uma economia de até 30% no frete ao se comparar com transportadoras ou atravessadores. Há também a redução de custos adicionais com o transporte como diárias, estadias e descargas. Grandes empresas de áreas como construção civil e indústria já economizam milhões por ano.
Não sabemos como serão os próximos tempos. Mas, antes da bonança, grandes tempestades ainda surgirão no horizonte. É preciso que a sua empresa se planeje e tenha o máximo possível de opções quando o assunto é frete. Somente dessa maneira ficará mais fácil dormir quando os ventos começarem a soprar.
Artigo escrito por Jarlon Nogueira, CEO do grupo Agrega Tech