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DNA das perdas logísticas

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DNA das perdas no universo logístico. Conforme articulista, problema muito comum encontrado nas empresas é a inexistência de uma estrutura de segurança, ou quando ela existe não é independente

No ecossistema logístico, empresas perdem milhões de reais simplesmente por negligenciar a segurança, quer seja por conta de um modelo de gestão ultrapassado, quer seja por ainda não terem sofrido perdas relevantes. Ou seja, contam basicamente com a sorte.

O fato é que deixar de inserir segurança como área estratégica do negócio é perder em diversas esferas por situações como roubos externos, furtos e ineficiências operacionais, sem contar  as necessidades de correções ao investir recursos sem critérios para “apagar incêndios”. É comum que haja muito esforço e pouco resultado, além do risco de gerar danos reputacionais irreversíveis.

Quando falamos em DNA das perdas, estamos buscando alcançar as camadas mais profundas, invisíveis aos olhos não treinados. Detectar fatores raízes causadores desses problemas por meio de um olhar criterioso permite analisar informações, processos e fragilidades das operações que expõem as empresas a perdas materiais milionárias, tanto de imagem, como de credibilidade, que são imensuráveis. Mas, por onde começar?

Um problema muito comum encontrado nas empresas é a inexistência de uma estrutura de segurança, ou quando ela existe não é independente, estando inserida em uma estrutura na qual há conflitos de interesses, fator que dificilmente trará êxito às atividades, pois estará fiscalizando e identificando falhas a quem está subordinado.

Por isso, é importante que a área de segurança seja independente e estruturada.  Caso contrário, os resultados tendem a sofrer interferências. Um ponto também muito comum é quando a área tem profissionais que não possuem experiência para condução dos processos de segurança. Nestes casos, profissionais sem a formação e os skills necessários, muitas vezes oriundos de outras áreas, são alocados sob o argumento  “ele tem feeling”. Com este pensamento, a sorte precisará ser a protagonista da operação para evitar a descontinuidade do negócio ou até mesmo a falência da organização.

Uma vez definida a estrutura de segurança, é preciso que esta seja capaz de entender as dores, saber o que controlar, mapear ofensores internos e externos, treinar, orientar, capacitar pessoas, entender o funcionamento total da operação, interna e externamente, de forma a gerar processos eficientes e aderentes às regras de negócio.

Em um primeiro momento, ao gerar controles, desenhar os processos, e validá-los com outras áreas da empresa e a alta gestão, a área de segurança já terá uma exata noção sobre quais processos devem ser atacados de forma primária e, consequentemente, quais precisarão de mais energia.

Além disso, ter processos de segurança desenhados, conforme a estratégia empresarial, fornece suporte para os passos seguintes: entender e aplicar a segurança orientada a dados; trabalhar políticas, normas e procedimentos; avaliar perfis éticos e auditar processos. Tais ações ajudarão a sanitizar a organização dos “jeitinhos” e das justificativas infindáveis para as perdas.

Vale ressaltar que as perdas não estão atreladas somente a ações ilícitas, pois as ineficiências operacionais também são causadoras.  Contudo, ainda assim, é pouco provável que as empresas realizem programas de treinamentos para evitar quebras, erros de separação e controles de estoques, entre diversas oportunidades internas que otimizam processos e ajudam a construir um ambiente mais seguro e produtivo.

Diante desse cenário, olhar para dentro é necessário, pois equipes de alta performance dependem de treinamento e auditorias recorrentes para se tornarem embaixadores da segurança e apoiarem na revisão de processos que precisam ser alterados.

Como vimos, as perdas são geradas pelas fragilidades dos processos, tecnologias, pessoas e vazamento de informações, vulnerabilidades que necessitam ser identificadas, corrigidas, acompanhadas, auditadas e retroalimentadas com periodicidade, conforme a importância e a criticidade de cada negócio. Por isso, melhorar as condições de segurança das operações deve ser visto como uma ferramenta para a expansão dos negócios e a conquista de mais competitividade. O crime se reinventa e constantemente busca uma oportunidade de entrar na operação.  Fique atento!

Artigo de Eduardo Masulo, consultor master da ICTS Security

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