Frete com prejuízo?

Frete barato pode gerar prejuízo até 10 vezes maior que a economia inicial, alerta estudo. Economizar no transporte pode custar caro: marcas que priorizam preço baixo enfrentam até três vezes mais reentregas, quedas na reputação e perdas financeiras
Reduzir custos logísticos é um dos maiores desafios do e-commerce brasileiro, mas a aparente economia ao contratar transportadoras mais baratas pode custar caro para as empresas. Um levantamento apresentado pela Total Express, com mais de três décadas de atuação e referência em soluções logísticas no Brasil, mostra que optar apenas pelo menor preço no frete pode gerar prejuízos até dez vezes superiores à economia inicial.
Segundo dados da PwC, uma das maiores multinacionais de consultoria e auditoria do mundo, 72% dos consumidores abandonam uma marca após duas experiências ruins de entrega. E um estudo da Narvar (EUA) aponta que o custo médio de uma devolução pode chegar a 30% do valor do pedido — número que escancara o impacto financeiro das falhas logísticas.
“O e-commerce brasileiro ainda trata o frete como um custo a ser cortado, quando, na verdade, ele é um ativo estratégico. O barato no transporte pode custar caro demais, não só no bolso, mas na reputação”, afirma Fernando Magnoler, diretor de Estratégia Comercial da Total Express. “Cada reentrega, cada reclamação e cada cliente perdido formam uma conta invisível que corrói o lucro das empresas. É o iceberg do frete barato: o preço que se vê é só a ponta.”
O estudo conduzido pela companhia apresenta uma análise comparativa mostrando que transportadoras com preço muito abaixo da média têm três vezes mais reentregas e taxa de reclamações até 20 vezes maior. Esses fatores, somados a reembolsos, trocas, logística reversa e perda de clientes, configuram um conjunto de despesas que comprometem a lucratividade e a imagem da marca. Na prática, o custo oculto do “frete barato” pode adicionar R$ 1,19 por pedido.
Estudos da Bain & Company, consultoria de gestão global, indicam que um aumento de apenas 5% na retenção de clientes pode elevar o lucro de uma empresa entre 25% e 95%. Já a pesquisa da MetaPack, plataforma global de gestão de entregas para o e-commerce, mostra que 38% dos consumidores nunca voltam a comprar após uma experiência de entrega ruim.
“Frete é experiência. Ele é a etapa final da jornada de compra e o primeiro contato físico do consumidor com a marca”, reforça Mariana Faria, gerente de Pricing da Total Express. “Quando a entrega falha, o consumidor não reclama só da transportadora, ele culpa a loja. Investir em qualidade logística é investir em confiança, e confiança é o que garante recompra e reputação. Nossa missão é mostrar ao mercado que investir em qualidade logística também é investir em crescimento sustentável.”
O conceito do “iceberg do frete barato” da Total Express evidencia uma realidade do e-commerce: o preço do frete é apenas a ponta visível. Por baixo da linha d’água estão custos ocultos, como atendimento, devoluções, perdas e desgaste da marca, que muitas vezes superam o valor pago pelo frete. Investir em logística eficiente transforma essas operações em vantagem competitiva e aumenta a lealdade dos clientes.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br