18 de outubro de 2024

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Sudeste concentra 85% dos roubos de carga no Brasil no 1º semestre e participação da região no número de ocorrências cresce. São Paulo é o estado onde mais ocorrem roubos

O Sudeste foi o local de 85% dos roubos de carga no Brasil no 1º semestre deste ano, mostra uma pesquisa do Centro de Inteligência da Overhaul, empresa global de soluções de monitoramento de cargas. A região mais populosa, rica e com a malha rodoviária mais movimentada do país ganhou quatro pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023.

Na divisão por regiões, o Sudeste foi seguido por Nordeste (6%), Sul (4%), Centro-Oeste (3%) e Norte (2%). O ranking dos dez estados com mais ocorrências é composto por São Paulo (48%), Rio de Janeiro (30%), Minas Gerais (6%), Paraná (3%), Bahia (2%), Mato Grosso (2%), Rio Grande do Sul (1%), Ceará (1%), Maranhão (1%) e Tocantins (1%).

Parte do aumento da participação do Sudeste nos roubos de carga é explicada pela queda acentuada nos números da região Sul. Dentre os casos registrados em todo o país entre janeiro e junho deste ano, 3% ocorreram no Paraná, contra 6% no mesmo período de 2023. No Rio Grande do Sul, a redução foi ainda maior: de 3% para 1%.

Segundo o gerente de inteligência da Overhaul Brasil, Reginaldo Catarino, a redução de casos no sul do país pode ter relação com as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul e deixaram 183 mortos em maio. “Isso impediu o tráfego de cargas destinadas à região e a países como Argentina, Chile e Uruguai. O Paraná é passagem para quase todos os veículos do resto do país para o Sul, então acreditamos que este fato tenha impactado no número de ocorrências”, afirma.

Em números absolutos, houve uma queda de 17,9% no número de casos de roubos na primeira metade do ano em relação ao mesmo período de 2023, puxada principalmente por São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo os dados do Centro de Inteligência, as ocorrências caíram 21% em território paulista e 43% nas vias fluminenses na comparação interanual.

O estudo da Overhaul mostra que 72% das ocorrências aconteceram entre 6h00 e 18h00, com o dia claro, contra 28% à noite ou madrugada. Os dias da semana em que os roubos são mais recorrentes são de segunda a quinta-feira, quando ocorrem 73% dos casos. Trata-se de um padrão registrado em levantamentos anteriores.

Em relação ao tipo de carga roubada, destacam-se as diversas, que são cargas de tipos diferentes sendo transportadas em conjunto (51%), veículos e autopeças (12%), incluem-se também os próprios veículos comerciais leves e pesados desmontados para a revenda de peças para desmanches e alimentos e bebidas (9%). Em seguida vem o agro (7%) e tabaco (6%).

Na análise específica para o agronegócio, a Overhaul observa diferenças em relação à tendência geral. Dos roubos dessa categoria, 46% ocorrem entre 18h00 e meia noite e 47% as quartas ou quintas-feiras. Os grãos ainda são os itens mais subtraídos (51%), seguidos por pesticidas (13%). A faixa que vai do norte do Paraná ao sul de Goiás é a mais atingida.

Metodologia

Catarino explica que o banco de dados usado pelo Departamento de Inteligência da Overhaul reúne informações diárias de casos registrados no Brasil, dados divulgados por órgãos oficiais do Governo, e ainda dados de empresas dos setores de segurança e transportes, e inteligência artificial.

“Todos esses dados são checados pela equipe da Overhaul e por inteligência artificial, sendo capazes de analisar riscos e antecipar cenários com alta precisão em relação às rotas, localidades e a densidade dos roubos. Por outro lado, a pesquisa não possui uma contagem exata dos roubos de carga.”, revela.

O Departamento consegue reunir informações de fontes variadas até produzir uma amostra significativa de eventos de roubos de carga que permite realizar análises estatísticas. São elas que embasam as decisões dos clientes da Overhaul, em sua maioria gerentes e diretores de empresas de transporte de carga.

“Fizemos uma pesquisa recente e eles já têm um prognóstico dos setores e regiões que devem ter o maior crescimento no ano que vem. Isso também contribui para a tomada de decisões importantes, como a contratação de seguros ou escolta”, finaliza.

Bruno Castilho

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