20 de maio de 2024

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Frete tecnológico

Pagamento de frete: uso de tecnologia pode reduzir custos em até 90%, segundo operador logístico. Em paralelo ao avanço da legislação, soluções tecnológicas em meios de pagamento têm contribuído para solucionar desafios do mercado, como a complexidade administrativa e os altos custos operacionais das transações de PEF

A contratação de autônomos é uma tendência na logística do país: segundo pesquisa realizada pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), em 2023, 70% das contratações realizadas por empresas do setor de transporte de cargas foram de motoristas terceirizados. Neste cenário, dada a importância deste tipo de profissional para o setor logístico, a necessidade de otimização dos processos de pagamentos de fretes tem se tornado uma demanda latente no mercado, tanto para empresas quanto para os próprios motoristas.

A busca pela regulamentação deste mercado não é recente, tendo como um grande marco para a sua consolidação a extinção, em 2010, da chamada Carta-Frete, que consistia no pagamento de um vale aos caminhoneiros que poderia ser trocado exclusivamente em postos de gasolina por combustível e alimentação, por exemplo, algo que limitava os ganhos dos profissionais e favorecia as altas cobranças por parte dos estabelecimentos. A sua subsequente substituição pelo PEF (Pagamento Eletrônico de Frete) instituiu uma forma de pagamento mais justa e transparente, tirando os motoristas autônomos da informalidade e permitindo a sua contribuição com o INSS.

Fiscalizado pela ANTT, esse sistema de pagamentos consiste em uma obrigação legal para empresas do transporte rodoviário que utilizam motoristas autônomos para realizar fretes. Ainda assim, muitas ainda operam na irregularidade, o que pode acarretar prejuízos para os negócios: “O não cumprimento pode resultar em penalidades legais, problemas de reputação e dificuldades de relacionamento com motoristas e parceiros comerciais”, explica Rodrigo Favero, CTO e co-fundador da Matrixcargo, operador logístico digital que atua na otimização de processos no transporte de cargas.

Segundo Rodrigo, a complexidade administrativa, os altos custos operacionais associados à gestão de pagamentos e, até mesmo, o desconhecimento da necessidade de estar em conformidade com a legislação são alguns dos principais desafios enfrentados pelas empresas no que tange aos pagamentos de fretes. As multas pelo descumprimento da lei podem chegar a valores expressivos de até R$ 10 mil.

Ganha-ganha: os benefícios da tecnologia para o pagamento de fretes

Para intermediar os pagamentos, as chamadas IPEFs (Instituições de Pagamento Eletrônico de Frete) são as empresas homologadas pela ANTT que atuam oferecendo uma conta corrente específica para pagamento dos serviços, que mantêm vínculo com um cartão ou algum meio de acesso para os motoristas. Em paralelo ao avanço da legislação que regulamenta esse mercado, as soluções tecnológicas que visam desburocratizar esses processos têm se destacado com um diferencial e uma necessidade importante para as empresas.

É o caso da MatrixPay, solução de pagamentos desenvolvida pela Matrixcargo, que atua como um sistema de pagamento totalmente digital e pode ser executado por meio de APIs. “Isso facilita uma integração fluida e automática com os sistemas já utilizados pelas empresas, como os de gerenciamento de transporte (TMS) e outras plataformas logísticas”, ressalta Rodrigo. “Nossa tecnologia não apenas simplifica o processo de pagamento de fretes, mas também garante que ele seja adaptável e esteja em total conformidade com as regulamentações legais vigentes”, completa.

A interface com os motoristas que utilizam a solução dá-se por meio de um aplicativo para celular exclusivo para esses profissionais. Por meio dele, eles têm acesso a um verdadeiro banco digital, no qual podem receber e até solicitar o adiantamento do pagamento pelos seus serviços, verificar seu saldo, os pagamentos a serem recebidos, bem como realizar transações bancárias com taxas competitivas.

Segundo Rodrigo, outra grande vantagem para os motoristas está no seguro contra acidentes oferecido pela plataforma. “Ele é oferecido gratuitamente aos motoristas enquanto estiverem executando uma viagem cujo contrato foi gerado pela MatrixPay. Somado à agilidade no recebimento dos pagamentos, isso aumenta a segurança dos motoristas e contribui significativamente para a qualidade de vida e eficiência operacional dos motoristas parceiros”, ressalta.

Para embarcadores e transportadoras que utilizam a solução, a redução de custos administrativos pode chegar até 90%, segundo a empresa. Isso deve-se tanto pela otimização proporcionada pela plataforma ao automatizar os processos de pagamento por meio da tecnologia, como também pelo fato de que utilização da ferramenta é baseada em uma mensalidade, que as isenta das altas taxas de cash-in comumente cobradas por empresas que realizam as operações de fretes.

Atualmente, a MatrixPay já é utilizada por 4469 motoristas em todo o país, que recebem seus pagamentos por meio da plataforma. Há pouco mais de 3 anos no mercado, a solução tem contribuído para uma digitalização do setor logístico brasileiro.

“A logística depende dos caminhoneiros, em especial os autônomos, que representam uma grande parcela da força de trabalho. Por isso, a nossa preocupação sempre foi desenvolver uma solução que conversasse com esses profissionais e fosse capaz de trazer praticidade para a sua rotina de trabalho”, reforça Rodrigo. “Da mesma forma, as empresas têm buscado profissionalizar e digitalizar a gestão de seus pagamentos, o que é indicativo da necessidade de soluções que comportem essa necessidade”, finaliza.

Bruno Castilho

bruno@cargasetransportes.com.br