De olho no roubo de cargas
4 min readSão Paulo e Rio de Janeiro concentram 82% de roubo de cargas no país, destaca estudo da ICTS Security. Estudo avaliou vulnerabilidade do setor mostrando que no Rio os casos na Baixada Fluminense ultrapassaram a capital, enquanto a cidade de São Paulo concentra 47,2% dos casos no estado
Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro são os que mais concentram ocorrências em roubo de cargas no país, com 82% do total, de acordo com os dados levantados pelo estudo “Panorama de roubo de carga na cadeia logística”, realizada pela ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gestão com inteligência em dados em segurança.
A análise, que foi baseada em dados de fontes públicas de segurança pública desses dois estados e revela o cenário de ocorrências entre 2015 e setembro de 2023, além de destacar os desafios do setor, que podem ser mitigados também com o uso de tecnologias orientadas por dados.
De acordo com o estudo, a região Sudeste concentra uma parte considerável da mancha criminal do roubo de carga no Brasil, com 84,5% dos casos, seguida das regiões Nordeste (6,5%) e Sul (4,8%). As áreas que representam menor incidência são Centro-Oeste (3,0%) e Norte (1,2%). O estudo utiliza como base os dados de Rio de Janeiro e São Paulo justamente por apresentarem uma grande concentração de casos.
“Essas análises são importantes para que as organizações adotem medidas preventivas, direcionando esforços na mitigação dos riscos e na busca por soluções proativas, a fim de garantir um ambiente mais seguro para suas operações logísticas”, explica Anderson Hoelbriegel, diretor de negócios da ICTS Security no Rio de Janeiro.
Destaques do Estudo
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, despontam entre os que mais sofreram roubos de cargas, com 48,7% e 33,0%, respectivamente, de 2015 a 2022. Além disso, o estado paulista liderou em ocorrências de roubos de cargas entre 2015 e 2022, com exceção dos anos de 2017, 2018 e 2019.
A análise trouxe um panorama do roubo de cargas no Brasil, que identificou períodos de maior ocorrência de roubos, destacando alguns efeitos da sazonalidade. Nas duas cidades foi possível notar que os crimes sempre aumentam nos meses fevereiro-março e novembro-dezembro.
O estudo também destacou o comportamento da mancha criminal em microrregiões desses estados. No Rio de Janeiro, em 2023, a Baixada Fluminense ultrapassou a capital pela primeira vez na última década, chegando ao primeiro lugar do ranking com 46,9% das ocorrências. Somadas, as duas regiões são responsáveis por 91,4% dos casos registrados do estado.
Em São Paulo, a capital concentra a maior parte das ocorrências com 47,1% dos casos registrados entre janeiro e setembro de 2023. As microrregiões também apresentaram alteração. As cidades de Campinas e São Bernardo do Campo estavam entre as cinco com mais ocorrências, mas foram substituídas por dois municípios da Baixada Santista, São Vicente e Praia Grande, ambos conectadas ao porto de Santos.
Soluções de segurança
Diante ao cenário preocupante na segurança do transporte de cargas do país, empresas têm buscado medidas eficientes para mitigar riscos não controláveis e controláveis, que definem a vulnerabilidade dos processos logísticos. Dessa forma, a abordagem orientada por dados tem sido uma das soluções mais procuradas para dar mais assertividade aos projetos de segurança.
“Esta iniciativa vai desde a análise de riscos e o diagnóstico de segurança, até o planejamento e a implementação do plano de segurança e, ou política de gerenciamento de riscos”, afirma Saulo Chaves, diretor de negócios da ICTS Security em São Paulo.
Além disso, Chaves destaca que orientações técnicas de análise de dados e Inteligência Artificial (IA) são utilizadas para intensificar a identificação de padrões, tendências e ameaças em tempo real ou proativamente no setor.
“Esta é uma poderosa estratégia para enfrentar os desafios de segurança em um ambiente em constante mudança, tal como é a logística de transporte de cargas no país. Por meio de projetos bem desenvolvidos, é possível diminuir consideravelmente esse tipo de criminalidade e, acima de tudo, preservar a vida das pessoas que estão na linha de frente do transporte de cargas”, finaliza Saulo Chaves.
Bruno Castilho
bruno@cargasetransportes.com.br